24.6.05

Os planos das operadoras brasileiras para o VOIP

Quinta-feira, 23 junho de 2005 - 11:55
Ceila Santos, Computerworld

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Propostas de serviços de telecomunicações não vão faltar às médias, pequenas e microempresas e até mesmo àqueles usuários residenciais que gastam acima de 150 reais de conta telefônica a partir deste trimestre. Todas elas serão para que esses usuários deixem de usar o PABX tradicional ou os telefones convencionais quando forem realizar ligações interurbanas (leia-se DDD e DDI).

Quinze novas empresas de telecomunicações estão buscando justamente este perfil de clientes para vender suas soluções de voz sobre IP. Ou, como algumas empresas preferem classificar: telefonia via internet banda larga. O grande apelo dessa oferta é a redução de custos nas ligações interurbanas, que passarão a ser trafegadas pela internet, eliminando assim o custo da interconexão embutido nas tarifas DDD e DDI oferecidas pelas tradicionais operadoras.

Entretanto, para as médias e pequenas empresas, as soluções de VoIP ainda permitem uma série de funcionalidades - ainda não exploradas pelos prestadores - que podem reverter em maior produtividade à corporação. Exemplo disso é a mobilidade permitida aos funcionários sem o gasto da ligação interurbana.

Os típicos cautelosos, desta vez, podem ganhar se preferirem esperar. Isto porque a partir do segundo semestre, Intelig e CTBC Telecom prometem entrar nessa briga. Ambas devem oferecer mais serviços baseados em IP, além da voz, porque terão como base tecnológica para esta oferta as NGNs ( next generation network - as novas gerações de rede).

"As empresas poderão, via web, solicitar um serviço de conferência em tempo real por meio do mecanismo de auto-provisionamento", explica Mauri Seiji Ono, coordenador do projeto de conteúdo da CTBC Telecom, que revela que o lançamento da solução está previsto para agosto deste ano.

Há ainda as centenas de integradores de rede, que representam fabricantes como Avaya, Cisco (Linksys), Siemens, UTStarcom, entre outros, que estão apostando suas fichas na venda de equipamentos de telefonia IP às pequenas e médias empresas para atingir um crescimento de, no mínimo, 20% no faturamento de 2005. Ou seja, tudo indica que pela primeira vez o usuário final e as pequenas empresas serão beneficiados por uma autêntica competição no setor de telecomunicações.

Por enquanto, o lado negro dessa oferta está baseado em três fatores: qualidade do serviço, segurança na comunicação e o principal deles: a reação das quatro grandes operadoras do País - Telemar, Telefônica, Brasil Telecom e Embratel - que faturaram sozinhas, em 2004, cerca de 90% dos 18 bilhões de reais gerados pelas ligações interurbanas realizadas no Brasil, de acordo com a estimativa da Teleco, comunidade especializada em informação de telecomunicações.

A questão que se coloca é se essas empresas permitirão que seus clientes de banda larga - 90% dos 2,5 milhões de usuários de banda larga do País - trafeguem voz por esse acesso sabendo que, com essa permissão, perderão receita de longa distância. Ainda não se sabe como as quatro gigantes reagirão às ofertas. O fato é que qualidade e segurança já são questões superadas.
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