7.2.07

Unicel é a mais nova operadora móvel em São Paulo

Valor Econômico | Daniel Rittner

Apesar dos fortes sinais de desaceleração no mercado de telefonia móvel, a região metropolitana de São Paulo vai ganhar uma nova operadora. A Unicel do Brasil ganhou ontem o direito de tornar-se a quarta prestadora de serviços na área ao vencer uma licitação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que ficou mais de um ano na Justiça. Foram várias tentativas frustradas, por parte do órgão regulador, de aumentar a competição em São Paulo, onde apenas três operadoras móveis vinham atuando - Vivo, Claro e TIM.

A Unicel pagará R$ 93,8 milhões pela licença de operação, sem ágio sobre o valor mínimo estabelecido na licitação. A empresa terá dez dias após a assinatura do contrato para depositar pelo menos 10% do valor. Ela ficará com um prazo de carência de três anos e poderá quitar o restante em seis prestações de 15% do valor da licença. Em janeiro do ano passado, a Unicel havia depositado apenas 1% do total como garantia para participar da licitação, motivo pelo qual o certame foi declarado "deserto" pela Anatel. O edital exigia um depósito mínimo de 10%. A empresa conseguiu, na Justiça, o direito de complementar a garantia e reabrir a licitação, da qual havia sido a única a entregar uma proposta.

O presidente da comissão especial de licitação da Anatel, Nelson Takayanagi, informou que não há prazo determinado para a assinatura do contrato. Ele explicou que a comissão analisará os documentos de habilitação da Unicel para levar uma posição ao conselho diretor da agência. Se não houver problemas na composição societária da empresa nem atrasos no pagamento de tributos, normalmente essa análise demora cerca de duas semanas, segundo disse Takayanagi.

A Unicel chega ao mercado com o propósito de ser "a Gol da telefonia". O gestor de investimentos da companhia, Ed Jordan, afirmou que o objetivo é oferecer o preço do minuto por 40% menos do que as atuais concorrentes. Em um primeiro momento, serão investidos US$ 150 milhões e a operadora terá apenas serviços pré-pagos. Para isso, a intenção é oferecer somente o chip usado no aparelho com tecnologia GSM, sem subsídios. Embora a proposta seja de entrar no mercado como operadora de baixo preço e baixo custo, haverá serviço pós-pago num segundo momento. O prazo para iniciar as operações é de 12 meses após a assinatura do contrato, conforme determina a regra do edital.

O mercado de telefonia móvel brasileiro terminou o ano passado próximo da marca de 100 milhões de aparelhos habilitados, mas demonstrou o menor crescimento desde 1999. A Anatel contabilizou 99,918 milhões de celulares em operação, no fim de dezembro. Apesar de colocar o Brasil entre os cinco maiores mercados do mundo e muito perto de ultrapassar o Japão, quarto colocado, esses números frustraram a própria agência, que previa a ultrapassagem dos 100 milhões de acessos no Natal. Entretanto, as vendas abaixo do esperado apenas reforçaram a gradual acomodação do mercado no país, que encerrou o ano passado com expansão de 15,9%. Essa é a taxa mais baixa em oito anos - quando o índice de crescimento nunca esteve abaixo dos 20% e alcançou até 54% de 1999 para 2000.

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