16.7.07

Indústria de telecom queria antecipar leilão de 3G

Convergência Digital

Paulo Castelo Branco, diretor de Telecomunicações da Abinee e presidente da Nec do Brasil, acredita que se a consulta pública a ser lançada pela Anatel no dia 17 com relação à venda das freqüências da Terceira Geração, não determinar muitos questionamentos do mercado, será possível negociar uma agilidade maior no processo, com término previsto para 20 de agosto.

E, se isso acontecer, a consulta pública - ao invés dos 30 dias previstos - poderia ficar no prazo mínimo legal de 10 dias, antecipando todo o cronograma - lançamento de edital e realização do leilão, previsto para o final de novembro. Mas, o executivo nãofoge à realidade: Mesmo com esse esforço, o ano de 2007 será de poucas vendas para o setor de infra-estrutura de telecom.

"Acreditamos que é possível agilizarmos o processo da consulta pública da Terceira Geração, se não houver nenhuma supresa que determine questionamentos diversos do mercado, acreditamos que é possível um esforço para agilizar os trâmites legais do processo de venda de freqüências de 3G", afirma Castelo Branco.

"Nós da Indústria mantemos esssa chama da esperança acesa. Estamos torcendo para que possamos criar um clima que permita o leilão acontecer antes do previsto (final de novembro). Assim poderíamos ter um início de ano promissor em 2008", completou o diretor da Abinee.

O tom otimista, no entanto, não o deixa fugir da realidade: A indústria de Telecomunicações, especialmente àquela voltada para a infra-estrutura, terá um 2007, extremamente complicado. Poucas áreas, entre elas, banda larga, estão tendo demanda. As melhores oportunidades para o segundo semestre, na visão do executivo, estão ligadas aos projetos de migração de rede e de implementação de portabilidade numérica por parte das operadoras.

"São oportunidades que despontam para integradores e para fabricantes. Muitos provedores estão atualizando suas redes. Assim como, há um trabalho pesado das operadoras com relação à portabilidade numérica. São projetos que podem compensar um pouco o ano, mas certamente 2007 será um ano de más recordações", sinalizou Castelo Branco.

WiMAX: que venha logo um acordo

O diretor da Abinee também mostrou-se otimista com a possibilidade - mesmo que ainda no campo da especulação - de um acordo vir a ser costurado entre o Minicom, Anatel, concessionárias de telefonia e provedores menores para o WiMAX.

"Destravar o leilão do WiMAX também seria uma ótima notícia para a indústria. Há projetos e iniciativas já em desenvolvimento. Espero, sinceramente, que um acordo aconteça o quanto antes para o bem do Brasil", salientou Castelo Branco.

Ainda assim, mais uma vez, as perspectivas de pedidos e entregas de equipamentos ficariam transferidas para 2008, já que, no ponto de vista do executivo, um novo edital deverá ser lançado. "E não tem jeito, esse processo, se agilizado, deve levar no mínimo, três meses. Mas, também seria uma ótima perspectiva para 2008. Tomara que um acordo aconteça o quanto antes".

Atualmente, na área sem fio, Castelo Branco ressalta que há uma maior demanda por equipamentos para as freqüências não-licenciadas,especialmente 5,8 Ghz, mas que não dão um volume necessário para recuperar o baixo desempenho da indústria.

Com relação à TV Digital, o diretor da Abinee mostrou-se mais reticente. Para ele, num primeiro momento, há que se definir a questão da produção exclusiva de setup-box na Zona Franca de Manaus. A Abinee, oficialmente, é favorável à abertura do mercado para todo o País.

"Precisamos ver se o setup-box será visto só como um produto de entretenimento ou se será um produto para ajudar na inclusão digital. Essa é uma questão que será ainda discutida por toda a indústria", concluiu Castelo Branco.

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