9.9.08

Teles vão investir US$ 12,6 bilhões na plataforma IPTV na América Latina

CONVERGÊNCIA DIGITAL

 As concessionárias de telefonia fixa vão investir cerca de US$ 12, 6 bilhões em infra-estrutura para ofertar IPTV na América Latina. Montante será aportado num prazo de cinco anos. A receita proveniente do produto deverá alcançar, em 2013, a casa dos US$ 3,9 bilhões na região. Observação integra estudo da Signals Consulting sobre o IPTV na América Latina.

O levantamento apura ainda que, em 2013, aproximadamente 19% dos assinantes de TV paga na região vão contratar o produto. Atualmente, as titãs Telefónica e Telmex dominam a oferta do produto IPTV no mercado latino-americano, registrando um market share de 58%.

O estudo "IPTV Strategies in Latin America", desenvolvido pela consultoria, adianta que o IPTV terá forte impulso junto às concessionárias de telefonia fixa, que detêm de 61,47% a 81,07% de penetração na casa dos assinantes, em função da queda de receita derivada da oferta tradicional do produto de telefonia.

"A incorporação do serviço de TV paga pelas concessionárias é uma ação sem volta, principalmente, a partir da oferta dos pacotes, com telefonia e, principalmente, acesso banda larga", detalha Carlos Branco, diretor de pesquisa e autor do estudo da Signals Telecom Consulting.

Segundo Branco, nos próximos cinco anos, mais de US$ 12,6 bilhões serão aportados em IPTV. O especialista, no entanto, alerta que as concessionárias não terão um retorno dos seus investimentos num médio prazo, a partir da venda isolada do serviço.

Para ele, as operadoras fixas vão utilizar o IPTV para reduzir o churn ( troca de provedor) e como meio de fidelização do assinante, cada vez mais atraído por pacotes convergentes. "IPTV será um forte componente para reduzir o custo de aquisição de um assinante", completa o analista da Signals Consulting.

Aqui no Brasil, a situação se mostra mais complexa - o embate regulatório ainda existe - o que obriga as teles a refazerem e/ou "congelarem" seus aportes mais imediatos na área. Isso porque o PL 29 - projeto de Lei que trata da unificação dos serviços de TV por Assinatura - não foi aprovado e sofre com as ações políticas no Congresso Nacional - e, neste impasse, as teles são as mais impactadas.

Isso porque com o PL 29, a oferta do IPTV pela infra-estrutura das redes telefônicas seria legalizada. Agora é preciso esperar o andamento do projeto - o setor de radiodifusão questiona as alterações impostas pelo relator da lei, deputado Jorge Bittar, do PT/RJ - e também aguardar um novo posicionamento da Anatel, com relação à legalidade do produto, em especial, quando ofertado via rede de cobre e na área de concessão das operadoras - fato que, hoje, é entendido como ilegal pelo orgão regulador. No entanto, as teles podem prestar serviço de TV através de concessões como o DTH (serviço de TV via satélite).

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