Portabilidade numérica ampliará a competição entre operadoras fixas

JORNAL DO COMÉRCIO - RECIFE - 28/08/2005

A novidade que promete trazer mais concorrência ao setor é a portabilidade, que é a possibilidade de o cliente trocar de operadora mas manter o mesmo número telefônico. “A portabilidade vai estar dentro dos novos contratos. Estamos desenvolvendo os estudos e o mais rápido possível vamos editar uma regulamentação”, diz José Gonçalves Neto, da Anatel. Atualmente, com a mudança de operadora perde-se o número antigo, o que muitas vezes pode ser traduzido em menos negócios fechados e maior dificuldade de ser achado por clientes e fornecedores.

A introdução da portabilidade aumentaria a concorrência, já que o número de telefone não seria um aprisionamento. Para João de Deus Pinheiro de Macedo, diretor da Telemar, a medida, entretanto, custaria bilhões na telefonia fixa. “São vários bilhões para fazer isso, já que na telefonia fixa são cerca de 15 mil centrais telefônicas. Quem vai pagar o custo disso?”, pergunta. Segundo ele, seria mais barato começar esse processo na telefonia móvel, que não chega a 1.000 centrais telefônicas. “Queremos que a portabilidade numérica seja uma vitória do consumidor, mas sem custos. Não se pode empurrar mais isso para a conta”, afirma Dulce Pontes Lima, coordenadora jurídica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), uma das entidades que lutam contra a assinatura telefônica.