A primeira MVNO (Mobile Virtual Network Operator, ou operadora móvel de rede virtual) do Brasil pode entrar em operação no primeiro semestre do ano que vem. O modelo ainda não foi regulamentado pela Anatel, mas o mercado começa a encontrar seus próprios caminhos. Segundo a newsletter Telecom Urgente, a empresa chilena Sixbell está em negociações avançadas com uma operadora celular brasileira para instalar no país uma MVNO dirigida para o consumidor de mais baixa renda, exclusivamente para venda de pré-pagos. "Vamos montar uma operadora de baixo custo. Uma espécie de Gol das telecomunicações", explica o diretor de negócios internacionais da Sixbell, Pablo Caram, referindo-se à companhia que chacoalhou o mercado da aviação comercial brasileira. Ele não revela o nome da operadora com a qual negocia a parceria, mas dá a entender que é a Claro ou a TIM, dada a preferência pela tecnologia GSM, que tem aparelhos mais baratos.
A idéia é que a operadora entre como sócia e não apenas como vendedora de air time. Para atingir o baixo custo de operação, o modelo do negócio difere bastante da forma como o brasileiro conhece hoje uma empresa celular: os aparelhos serão absolutamente simples, provavelmente com apenas dois modelos à escolha do cliente, e capazes de transmitir só voz e SMS. O call center funcionará somente para venda e não haverá lojas. Os aparelhos chegarão aos clientes por meio de empresas de delivery e as recargas de crédito serão feitas em cadeias de supermercados e agências bancárias, sem cartões.Tudo isso deverá resultar em tarifas até 40% mais baratas.
"Em qualquer mercado existe pelo menos 20% de clientes que escolhem por preço. É esse público que vamos buscar", diz Caram. Segundo ele, a conquista de 5% desse universo já seria um sucesso e a projeção é de que cerca de 100 mil assinantes podem ser conquistados em alguns meses de operação nacional, mas o lançamento da empresa deverá ser regional, com ampliação gradativa da cobertura. A projeção de investimento para montagem da nova empresa é baixa: cerca de US$ 3 milhões, mas a campanha de marketing deverá consumir muito mais do que isso. A Sixbell não esclarece sobre qual licença deverá ser implantada a MVNO, mas assegura que encontrou uma alternativa legal.
Presente no Brasil desde 98 como fornecedora de plataformas de pré-pagos, a Sixbell decidiu focar em MVNOs para aumentar a internacionalização da companhia. O Brasil não é o único alvo: dois projetos estão em andamento nos Estados Unidos, entre eles uma MVNO voltada ao atendimento dos latinos.
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