14.2.07

Telemar e Brasil Telecom fecham aliança com Sky+DirecTV


Convergência Digital

As operadoras de telecomunicações decididamente não abrem mão de incorporar o mercado de TV por Assinatura aos seus portfólios de produtos. Nesta segunda-feira, 12/02, os presidentes da Telemar, Luiz Eduardo Falco, da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, e da Sky+DirecTV, Luiz Eduardo Baptista, detalharam o acordo operacional fechado entre as empresas para a oferta conjunta de "pacotes" integrados de serviços de telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por Assinatura.

A partir desta segunda-feira, por exemplo, a Brasil Telecom já estará oferecendo aos seus assinantes nas cidades de Brasília e Campo Grande a possibilidade de comprarem um pacote integrado de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura. De acordo com o presidente da BrT, serão ofertados pacotes diferenciados aos clientes, conforme a demanda de acesso banda larga e de acesso à TV paga.

Na BrT, a telefonia móvel, pelo menos, inicialmente, não está incluída no "bundle". "Vamos esperar um pouco mais para sentir o retorno do assinante", explicou Ricardo K. Já a Telemar optou por lançar o serviço no início de março. O projeto, inicialmente, envolverá duas cidades - Rio de Janeiro e Niterói. A aliança na concessionária ganha um adicional: a telefonia celular. "Estaremos, de fato, lançando o quad play (telefonia fixa, móvel, banda larga e televisão) para o assinante que aderir aos planos da aliança", detalha Falco.

Sem querer adiantar preços de pacotes, Falco admitiu apenas que a economia em relação ao preço da concorrência - no caso do Rio de Janeiro - TV Cidade, em Niterói, e Net - ficará entre R$ 600 e R$ 1.200,00. " A expansão do produto se dará também de acordo com a reação do consumidor, que precisa "degustar" a convergência para entender o quê exatamente ele está comprando", destacou o presidente da Telemar.

No caso da DirecTV, a grande novidade é que nas cidades cobertas pela Brasil Telecom e Telemar com o acordo operacional, a oferta das caixas - conversores de sinais - se dará no modelo de comodato e a adesão ao serviço será gratuito, informa o presidente da companhia no Brasil, Luiz Eduardo Baptista.

"Sabemos que no nosso caso, a cobrança da caixa sempre foi um grande entrave porque era um produto caro. Agora, no "bundle", o assinante terá acesso ao produto de forma gratuita, desde que aceite o termo de fidelidade por 18 meses, no nosso caso", explicou Baptista. Ele assegurou que a Globo, acionista da Sky+DirecTV - organização claramente contrária à participação das teles no negócio de TV por Assinatura - estava ciente do bundle e "apoiou o negócio incondicionalmente. Aliás, sem isso, não haveria negócio", afirmou Baptista.

Com relação à Anatel, os presidentes da Brasil Telecom e da Telemar asseguraram que o acordo operacional não precisa de anuência prévia do órgão regulador, mas deixaram claro que a Agência teria sido comunicada "por uma questão de educação e respeito", já que se trata tão somente de uma parceria comercial entre as companhias.

A cobrança dos serviços será feita de forma separada, assim como, a instalação dos produtos de banda larga e de TV por assinatura. Mas, já há uma integração entre os call centers das companhias para que o assinante interessado em adquirir o pacote combinado seja atendido sem ter que ligar para mais de uma empresa. "Será um atendimento padrão e integrado", destacou Baptista.

Reação do assinante

A promoção conjunta é válida apenas para novos assinantes - que além de aceitarem o plano de fidelidade de 18 meses da Sky+DirectTV - também terão que cumprir as modalidades de adesão da Telemar e da Brasil Telecom, respectivamente, para alcançarem os descontos máximos. Na prática, as duas operadoras pedem fidelidade de 12 meses. De acordo com os executivos, os preços podem sofrer uma redução variável entre 20% a 42%.

Cautelosos, os presidentes da Telemar e da Brasil Telecom preferiram não falar de aumento de base e ou de números ligados à adesão ao novo serviço. "Na verdade, não há muita oferta no mercado de serviços convergentes e há muita dúvida do consumidor", afirmou Falco, da Telemar. Já o presidente da Sky+DirecTV, a expectativa é de crescer a base de assinantes de 10% a 15% nas áreas de atuação das duas concessionárias.

Questionado sobre a ausência da Telefônica no acordo, o executivo da Sky+DirecTV foi objetivo: "não vimos porque negociar com a Telefônica já que ela quer o mercado com a DTHi, que é também de TV por assinatura via satélite, e está esperando a resposta para a aquisição da TVA", destacou Baptista.

Ele não quis comentar sobre as razões do fracasso da parceria firmada entre a Sky e a Telefônica no ano passado. "Não estava na companhia e não quero falar do que não negociei, mas, às vezes, os DNAs não combinam", destilou Baptista. Com isso, São Paulo está fora dos planos num curto e médio prazo dos planos de "bundle" com concessionárias.

A única boa notícia para o assinante de São Paulo é que, a partir de março, o regime de comodato será uma prática na Sky+DirecTV, só que nas cidades onde o "bundle" com Brasil Telecom e Telemar não estiver operacional, a adesão não será gratuita. "Ainda assim, acredito que estamos tirando um entrave grande para a adesão aos nossos serviços. Tivemos um 2006 muito bom. E com essa estratégia, teremos um 2007 ainda melhor", afirmou.

Questionado sobre as reclamações dos assinantes nos últimos meses com relação ao serviço ofertado pela Sky+DirecTV, Baptista admitiu que houve, sim, problemas no call center, principalmente para os assinantes da Sky nos meses de dezembro e janeiro. Mas, garantiu que, agora, está tudo resolvido.

"Já está tudo integrado. Tudo funcionando", disse. Baptista negou que tenha ocorrido qualquer tipo de problema com a oferta de sinal e/ou com a qualidade do serviço ofertado. "Não houve isso. O produto continuou funcionando adequadamente e dentro do padrão de SLA estipulado no contrato", completou o presidente da Sky+DirecTV.

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