18.5.07

Leilão de 3G é questão de sobrevivência para a indústria


Convergência Digital

O leilão das licenças da Terceira Geração precisa acontecer até o terceiro trimestre deste ano. O alerta é feito, mais uma vez, pelo vice-presidente da Ericsson Brasil, Carlos Duprat. Segundo ele, os números da balança comercial do segmento, onde há uma queda significativa na produção local e na exportação de equipamentos, é a maior prova que a indústria não está, de fato, vivendo um bom momento. "Sem 3G num prazo rápido, não haverá pedidos e o ano de 2007 estará perdido", repete.

A própria Ericsson, que recém-incorporou empresas ligadas à oferta convencional de banda larga, como a Tandberg, por exemplo, e a própria RedBack, do mundo IP, está voltando sua linha de produtos para o negócio de banda larga fixa, onde até então, não havia portfólio para disputar as concorrências. "Estamos avaliando todas as oportunidades para manter o parque fabril em atividade. A banda larga fixa nos ajuda a manter os processos", destaca Duprat.

O executivo, ao ser questionado sobre o fato de a reclamação da indústria não ecoar de forma tão incisiva em setores do governo, que consideram as reclamações "choro" de fabricante, diz que, no caso da Ericsson, há uma preocupação com os cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos gerados no Brasil, a partir da unidade fabril aqui instalada.

"Se eu tiver que paralisar minha produção, como vou manter essa geração de emprego?", questiona. "Como o próprio presidente Lula observa a nossa disputa é com a China. E estamos sem competitividade na moeda e também porque não há acesso ao mercado brasileiro para novas tecnologias", completa o vice-presidente comercial da Ericsson Brasil.

Mesmo com novos caminhos, a Ericsson Brasil revela grande preocupação com a falta de definição em relação ao lançamento do edital das licenças de 3G no país. Segundo, Duprat, a própria Ericsson foi a última fabricante a vencer um grande contrato no Brasil - o da Vivo, que montou a infra-estrutura GSM.

"As empresas já querem apostar na nova infra-estrutura e têm recursos para atualizarem suas redes. O atraso do edital prejudica toda a cadeia produtiva do setor de telecomunicações. Esse edital tem que acontecer ainda este ano, senão o Brasil perderá o rumo no mercado de Terceira Geração. As fábricas são globais. Elas existem onde há escala e volume de vendas", completa o executivo.

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