10.4.08

Com atraso no 3G, Vivo corre atrás de faixa de 1,9Ghz


CONVERGÊNCIA DIGITAL

O presidente da Vivo, Roberto Lima, informou que a operadora encaminhou, mais uma vez ( nesta terça-feira, 08/04) um pedido oficial ao órgão regulador para desvincular a liberação das freqüências compradas pela empresa no leilão da sobra do SMP, em setembro do ano passado. Ele assegurou que a freqüência será utilizada para melhorar o serviço e para iniciar a oferta no Nordeste. Lima garantiu que não vai usar a faixa para fazer Terceira Geração.

"É inadmissível que a Anatel demore tanto para resolver essa questão. Freqüência e espectro funcionam para o setor como o oxigênio para o corpo humano", frisou o presidente da Vivo. No dia que completa cinco anos de operação - 13/04 - a operadora assume a marca Telemig Celular, que desaparece oficialmente do mercado.

"Tivemos que fazer uma escolha entre duas marcas muito fortes. E fizemos a opção pela Vivo, que comprou a Telemig Celular. Agora é trabalhar e mostrar que nada mudará para o usuário mineiro", revelou Roberto Lima, que nesta quarta-feira, 09/04, participou de evento com a imprensa, em Belo Horizonte, para mostrar as campanhas e revelar os planos da Vivo para o mercado mineiro.

Com a incorporação da Telemig Celular - 3,9 milhões de assinantes no final de março - a Vivo atinge a marca de 38 milhões de usuários no Brasil, a maior marca do hemisfério sul. Questionado por jornalistas mineiros que desde o anúncio da compra, em agosto do ano passado, a operadora que era líder do mercado perdeu a posição para a TIM, Lima disse que "a mudança no ranking faz parte do jogo e, agora, é hora de trabalhar para recuperar e o faremos", destacou.

Orçamento e investimentos

Do orçamento previsto para 2008 - R$ 6,070 bilhões - a Vivo destacou R$ 2,7 bilhões para a compra da empresa e aproximadamente R$ 220 milhões para investimentos na Telemig Celular. Segundo Lima, o mercado de Minas Gerais apresenta um forte impulso e, hoje, já é o segundo em crescimento no market share nacional - perdendo para São Paulo, mas superando o Rio de Janeiro, com 13,188 milhões de usuários da telefonia móvel.

O restante - cerca de R$ 3 bilhões serão aportados, de acordo com Lima, no pagamento das licenças de 3G ( R$ 1,047 bilhão), na montagem da rede nacional de 3G e no início da operação da empresa no nordeste. O presidente da Vivo, no entanto, manteve a cautela com relação à divulgação dos planos de investimentos, considerados estratégicos para o acirrado mercado e telefonia móvel.

Ele não quis detalhar a operação 3G. "Estamos trabalhando para ter a rede, mas queremos um serviço de qualidade. Não vou lançar uma operação por lançar. Vou esperar o espectro porque haverá demanda e temos que ter serviços que atendam à expectativa do cliente", disse.

Críticas à Anatel

Com relação ao início das operações no Nordeste - vinculada à liberação das freqüências de 1,9 GHz - Lima disse que a Vivo já escolheu duas cidades para montar os escritórios, mas não revelou os nomes, assim como, já iniciou a construção da rede. O executivo admitiu que o atraso na liberação das freqüências é "inadmissível e inaceitável " numa dura crítica à gestão da Anatel, no quesito ao processo de alocação de espectro e freqüências.

"O mercado brasileiro está num ritmo de crescimento a taxas elevadas - 20% e o processo de alocação de espectro na Anatel é extremamente lento", afirmou Lima. "O grande problema é que com o ritmo de adesões, o tráfego aumenta e com a 3G, ele vai se multiplicar por 10 por conta da transmissão de dados. Sem espectro e sem freqüência, os serviços tendem a piorar", alertou o presidente a Vivo.

Gestão integrada

Com o desembarque da operadora em Minas Gerais - a cobertura da Vivo chega a 600 municípios no Estado, sendo 214 através do projeto de inclusão Minas Comunica, patrocinado pelo governo. No Brasil, a Vivo passa a ter cobertura em 2.925 municípios.

Do ponto de vista operacional, a Vivo Minas - já que a marca Telemig Celular desaparece, oficialmente no dia 13 de abril - passa a ser comandada por Roberto Lima e pelo vice-presidente de Operações, Paulo César Teixeira.

Na regional, a direção estatutária fica com Marcos Rogé Meirelles. O ex-presidente da Telemig Celular, André Mastrubuono, deixou a empresa no último dia 02/04, quando houve a Assembléia Geral para oficializar a incorporação da Telemig à Vivo.



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