16.5.08

Slim e o Equador: extorsão?


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MÉXICO - Carlos Slim, dono da Telmex, se diz otimista com a América Latina, apesar das instabilidades da região.

O magnata mexicano das telecomunicações Carlos Slim disse que está disposto a negociar e a pagar para renovar as concessões que possui em toda a América Latina, depois que uma de suas empresas foi obrigada a desembolsar 480 milhões de dólares para permanecer no Equador.

Slim, um dos homens mais ricos do mundo, disse à Reuters que sua empresa de telefonia celular América Móvil vai continuar buscando negócios em todos os cantos do continente, onde detém a liderança regional.

"Algumas coisas estão à venda e é preciso comprá-las. Concessões são postas à venda e é preciso renovar a concessão", disse Slim. Na semana passada, o governo do Equador exigiu que a América Móvil pagasse 480 milhões de dólares para continuar operando no país.

"O ideal é que não fique a mercê (dos governos) ou para as negociações, e que haja regras estabelecidas que lhe dêem certeza jurídica", afirmou.

A América Móvil passou semanas negociando com Quito e oferecia 307 milhões de dólares, mas não conseguiu barganhar.

Sobre a possibilidade de negociar as renovações em cada país, ele foi enfático: "É claro, acredito que cada país vai definir suas próprias regras, e elas serão entendidas. O que não há dúvida é de que tudo deve visar a incentivar o investimento e a competição."

A América Móvil está presente em 17 países da região e está disposta a entrar no Panamá também. Nenhum outro país começou a falar sobre pedir grandes somas para renovar a concessão, mas analistas estão monitorando a situação.

O grupo de Slim disputa com a espanhola Telefónica o domínio do mercado celular na América Latina. Até agora, a empresa mexicana está na frente, com 159 milhões de clientes.

Em outra ocasião, Slim disse estar interessado em entrar no mercado da Costa Rica, que nesta semana autorizou a entrada do capital privado nos negócios da telefonia celular e Internet.

"Teremos de ver quais são as condições do leilão [de privatização]. Imagino que estejam abertos a todos, e não sabemos quantas concessões terão de dar, mas em geral estamos interessados em toda a América Latina."



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