7.5.08

Vivo fala sobre fusão BrOI


CONVERGÊNCIA DIGITAL

Ainda que faça questão de deixar claro que a Vivo não se opõe à compra da Brasil Telecom pela Oi, anunciada na última sexta 25/04 - o negócio ainda terá que ser aprovado pelos órgãos reguladores do país, Roberto Lima, presidente da operadora, destaca que a transação pode, sim, afetar a concorrência no setor.

"O mercado passa a ter uma empresa com altíssimo poder de investimentos, que podem vir a ser feitos na operadora móvel", explica Lima. "No entanto, cabe aos órgãos reguladores garantirem que a concorrência saudável seja mantida", completa. Vivo anuncia ainda "quad play" com a Telefônica para este ano.

Lima diz que a companhia não deve tomar nenhuma medida apara impedir a negociação, mas diz que ela abre precedentes para negociações semelhantes, bem como para a solicitação de mudanças de regulamentação junto à Anatel, por exemplo.

O executivo lembra que a Agência Reguladora irá rever ainda em maio ( dado anunciado pelo conselheiro Pedro Jaime Ziller, relator do projeto na Anatel, na solenidade de assinatura dos contratos de 3G nesta terça-feira, 29/04, em Brasília) o plano geral de outorgas e que, quando este for levado a consulta pública, aí sim, todas as empresas devem se manifestar.

Quad Play com Telefônica e Reforma Tributária

"Quem ganha é o consumidor, com ofertas mais amplas", afirma Lima. Aproveitando a deixa, o executivo revela que a Vivo deve lançar ainda este ano, em parceria com a Telesp (Telefônica), o quadruple play - fixo, móvel, internet e TV por Assinatura. "Será uma parceria comercial entre duas empresas, e não há nenhuma restrição legal para essa oferta", diz o presidente.

Ele acrescenta que a Vivo não fará investimentos, mas aproveitará a infra-estrutura que a Telefônica já possui – as empresas já compartilham infra-estrutura e sistemas atualmente. "Se no futuro surgir uma operação que gere alguma situação que exija mudanças, a gente deve também solicitar alterações à Anatel", adianta.

Lima também fala da necessidade da reforma tributária para o avanço do mercado de telecom. "O setor não agüenta margens de ganhos menores do que as praticadas, especialmente dados os grandes investimentos realizados, inclusive por exigência da Anatel", analisa.

"A reforma tributária é necessária. Ela não pode onerar ainda mais o setor", alerta o presidente da Vivo. Otimista, ele diz que já há governantes com o entendimento de que a redução da carga tributária para as telecomunicações pode trazer ganhos para o desenvolvimento do País.

Vivo deve desativar redes TDMA e CDMA em três anos

Com sua rede GSM em pleno funcionamento há pouco mais de um ano (foi ativada em março de 2007), a Vivo já possui 42% de sua base de mais de 34 mil clientes nesta tecnologia. Isso sem contar a incorporação dos cerca de 4 milhões de clientes GSM, oriunda da compra da Telemig Celular, concretizada no último dia 03 de abril.

Com isso, de acordo com Roberto Lima,presidente da Vivo, as perspectivas são de que a companhia desative sua rede CDMA dentro de três anos, aproximadamente. "Não faremos nenhum esforço para que eles deixem a rede CDMA", garante o executivo.

No entanto, ele explica que as novas adesões, bem como as trocas de aparelhos por aqueles que já são clientes, tendem a envolver a contratação e a compra de terminais GSM. "Essa tecnologia nos permite preços mais competitivos", explica o presidente da companhia.

Vale lembrar que um dado ajudou a Vivo a desistir do CDMA: A maior fornecedora dos aparelhos, a Nokia, desistiu da tecnologia após acirrar um embate por patentes com a Qualcomm.

Outros fornecedores, entre eles, a Samsung e a LG, também reduziram, consideravelmente, a base de terminais voltados para a tecnologia. As opções, hoje, são restritas em termos de terminais. Sobre a rede TDMA, Lima diz que restam hoje apenas 600 mil clientes.

“Esses clientes eram 3 milhões há alguns anos. Já não se vende TDMA na Vivo há quatro anos”, completa Lima. Nesta quarta-feira, 30/04, a Vivo anunciou os resultados do primeiro trimestre de 2008. Pela primeira vez, a operadora registrou lucro líquido.



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