30.10.08

Teles divergem sobre compartilhamento e impactos da crise


CONVERGÊNCIA DIGITAL

Ao participarem do Futurecom 2008 nesta quarta-feira (29), os presidentes da Oi, Luiz Eduardo Falco, e da Vivo, Roberto Lima, admitiram que o compartilhamento de rede - tese defendida por quase todas as teles como a ideal para reduzir gastos reduntantes - é, na prática, pouco adotado entre as elas próprias quando há a possibilidade de acirrar a competição.

Falco disse que pensou em compartilhar 80% dos sites em São Paulo - a tele recém-ativou a sua operação comercial no Estado -, mas conseguiu apenas 40%. Lima rebateu. Afirmou que no Nordeste, onde a Oi é a principal operadora e a Vivo é a nova entrante, também conseguiu compartilhar apenas 45%.

"Gostaria de ter compartilhado mais, mas infelizmente sei que este é um complicômetro de quem entra num mercado novo. É uma posição legitima não dividir", frisou Falco. Por sua vez, Lima aproveitou e disse que, se o presidente da Oi pedia para compartilhar em São Paulo, a Vivo, no Nordeste, também não conseguiu compartilhar como gostaria. "A verdade é que ainda estamos aprendendo a conviver e a dividir", acrescentou.

A crise e as telecomunicações


Com relação à crise, Oi e Claro, apesar de cautelosas, não temem grandes impactos neste momento. Já a Vivo afirma que o mercado sofrerá. Todos os presidentes admitiram preocupação, mas nenhum acenou com redução de investimentos, pelo menos, por enquanto. O presidente da Claro, João Cox, mencionou a necessidade de o setor investir aproximadamente R$ 19 bilhões/ano.

O presidente da Vivo, Roberto Lima, foi quem se mostrou mais preocupado. "Faltará dinheiro para consumo e haverá desaceleração no mercado. Isso é uma realidade. Haverá necessidade de ser mais seletivo nos investimentos. Poderemos ter eventuais problemas pontuais na área", declarou.

Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, voltou a dizer que só acredita em um impacto mais efetivo no setor de telecom no Brasil se a crise se prolongar ao longo de 2009. "Não prevejo grandes mudanças para o Natal, apesar, é claro, de sabermos que a concessão de crédito mudou, mas nesta fase a cadeia produtiva está absorvendo o maior impacto", completou.

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