30.8.05

Instituto nega tese de que uso de celular causa câncer em 10 anos

Último Segundo

Londres, 30 Ago (EFE).- O uso de telefones celulares durante uma década não está diretamente relacionado com o desenvolvimento de câncer de cérebro, segundo um estudo publicado nesta terça-feira no site do British Journal of Cancer. 11:45 30/08Um grupo de pesquisadores do Institute of Cancer Research, em Londres, fez um estudo em vários países que demonstra que o uso do celular durante dez anos não aumenta o risco de desenvolver um neuroma acústico, mas não se podem descartar efeitos nocivos a um prazo mais longo. Os especialistas analisaram 4.231 usuários de celulares de Reino Unido, Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, países onde essa tecnologia foi introduzida primeiro. Dessas pessoas, 3.553 estavam saudáveis e 678 sofriam de neuroma acústico, um tumor benigno que cresce no nervo que conecta o ouvido ao cérebro, e que pode causar surdez e vertigens. Os cientistas perguntaram aos usuários quanto tempo falavam ao celular por dia, quando começaram a utilizar o aparelho, qual o tipo de celular e sobre fatores que pudessem ter aumentado seu risco de desenvolver câncer. Os pesquisadores não conseguiram estabelecer o número de anos de uso que poderia propiciar o desenvolvimento de um neuroma acústico, nem encontraram um maior risco de contrair a doença se o usuário faz um número grande de ligações. A marca do telefone também não parece influenciar, nem o fato de se tratar de um telefone digital ou analógico. Os pesquisadores estudaram a relação entre o celular e o neuroma porque é o tipo de câncer que se desenvolve na área do cérebro próxima do local onde se costuma colocar o fone de ouvido. "O resultado do estudo indica que não há um risco substancial de desenvolver câncer na primeira década de uso de celular", afirma o diretor da pesquisa, professor Anthony Swerdlow. "Mas não se sabe se há riscos a um prazo mais longo, já que esta ainda é uma tecnologia relativamente jovem", acrescentou. O diretor-executivo do instituto, Peter Rigby, comentou que "os resultados deste amplo estudo em vários países é um grande passo para a compreensão dos efeitos na saúde do uso de telefones celulares".

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