16.5.06

MP3 no celular busca modelo

Os aparelhos de telefone celular mais sofisticados já têm a função de tocar música no formato mp3, embora a capacidade de armazenamento e a duração da bateria ainda não sejam as ideais. O que falta é um modelo de negócios que inclua, em sua cadeia de valores, tanto as gravadoras quanto as operadoras, segundo os participantes do 5° Tela Viva Móvel, seminário realizado na semana passada em São Paulo.
Na verdade, ambas estão numa situação frágil. As gravadoras por conta da pirataria. E as operadoras por não fazerem parte necessariamente do processo de aquisição das faixas elas só ganham quando os usuários abastecem seu celular fazendo a compra a partir do próprio aparelho.
0 diretor da Warner Music, Alfonso Perez-Soto, diz que há três modelos possíveis no Brasil: à la carte, quando a faixa é efetivamente adquirida; por assinatura mensal, na qual o consumidor teriauma cota de faixas mensal para baixar; e baseado em publicidade.
Todos eles só fazem sentido, segundo o executivo, se respeitados os direitos autorais. "As ferramentas de DRM (Digital Rights Managment, ou Gerenciamento Digital de Direitos) são fundamentais para o sucesso do negócio", disse. Segundo ele, a versão 2.0 da ferramenta, que já é utilizada em CDs com o intuito de impedir a cópia do material (um exemplo são os novos discos da Marisa Monte), vai ser mais eficiente do que a atual.
Em relação aos modelos de negócios, as operadoras brasileiras tendem a optar pela venda de faixas, por conta do perfil do usuário brasileiro, que dificilmente assumiria, em grande escala, uma assinatura mensal do serviço. O formato baseado em propaganda também foi contestado. "Eu já estou há algum tempo nesse mercado", disse Marco Quatorze, diretor da Claro. "Já ouvi dizer que a propaganda ia bancar os minutos nos orelhões. Depois, os minutos no próprio celular seriam sustentados por publicidade. Será que vai vingar com música?". A empresa vende 3 milhões de downloads por mês, entre ringtones e arquivos de mp3.
Na Vivo, que já vendeu 200 mil downloads de música este ano, o mercado é considerado promissor. "O sucesso dos ringtones é um bom indicativo da demanda", disse Alexandre Fernandes, diretor da Vivo. A empresa conta com uma base de 450 mil aparelhos aptos a tocar mp3.Felipe Llerena, diretor da iMúsica, uma das poucas lojas virtuais brasileiras de música, disse que não se pode subestimar o mercado brasileiro. "Entendo que 80% da base de celulares é formada por pré-pagos. 0 que a gente tem que enxergar é que os restantes 20% representam 18 milhões de aparelhos, que é uma base maior que a de muitos países."

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