2.6.06

Claro quer ser líder em clientes e em faturamento no Brasil

São Paulo, 01 - A Claro, atual terceira colocada no mercado brasileiro de telefonia móvel, quer ser a líder tanto em número de clientes como em faturamento. A afirmação é do diretor de marketing da companhia, Roberto Guenzburger, em entrevista à Agência Estado. A operadora ampliou sua estrutura organizacional para dar seqüência ao objetivo de manter o crescimento de assinantes e receitas, e ainda ampliar a rentabilidade.
Depois de consolidar sua marca nacional, a empresa está fortalecendo o time de executivos para seguir a rota da expansão estabelecida para 2006 e contratou João Cox, ex-presidente da Telemig Celular. Ele assumiu a diretoria de Suporte ao Negócio, responsável por assuntos regulatórios, jurídicos, tecnologia da informação, suprimentos, engenharia e recursos humanos.
Além disso, Júlio Porras, diretor financeiro da empresa por um ano, ficou com a diretoria de Operações. O responsável pela área financeira agora é Enrique Luna. O executivo Rogelio Viesca, que agregava boa parte das atuais funções de Porras e Cox, retornará ao México para a sede da Telcel. Luis Cosio continua como presidente da Claro e, segundo Porras, os comentários de que Cox está sendo preparado para liderar a companhia são apenas especulações. De acordo com Guenzburger, estas modificações representam mais uma etapa na consolidação dos negócios no Brasil.
O diretor de Operações da empresa disse que não é possível precisar em quanto tempo a Claro alcançará sua meta de ser a número 1 no País. Entretanto, enfatizou que este é o caminho óbvio pois a controladora América Móvil está à frente da concorrência nos 14 países latino-americanos em que atua. No Brasil, a companhia ainda é a terceira colocada em base de assinantes, com 22,0% de market-share de uma base total de 90,584 milhões, em abril - atrás da TIM, com 23,6%, e da Vivo, com 33,3%.
O executivo enfatizou que vê espaço para crescimento significativo do mercado brasileiro de telefonia móvel, pelo menos, nos próximos três anos. De janeiro a abril, o grupo mexicano abocanhou 1,3 milhão dos 4,4 milhões de novos usuários celulares do País. Mas alcançar a liderança pressupõe, além da conquista de novos usuários, um bom posicionamento junto aos clientes que estão se desconectando de outras operadoras (mercado de churn). Para Guenzburger, a divisão do mercado nacional ainda sofrerá modificações significativas, especialmente a participação da Vivo.Porras não respondeu se a aquisição de outras operadoras está nos planos para que a liderança seja atingida mais rapidamente. Segundo ele, este é um assunto que diz respeito ao acionista. Disse apenas que o trabalho diário pode levar nesta direção. No meses de março e abril, a Claro esteve à frente nas adições líquidas nacionais, com 37% e 43%, respectivamente, de acordo com Guenzburger. Para tanto, a companhia lançou mão de promoções que retomaram os subsídios de aparelhos de forma mais agressiva - prática abandonada no começo do ano pelo setor. Por pouco mais de dois meses, esteve à disposição dos consumidores campanhas com celular pós-pago a R$ 1,00 e pré-pagos, a R$ 99,00.
Guenzburger sinalizou que as promoções seguirão em razão da estratégia de conquista de clientes, mas ressaltou que será mantido o senso da rentabilidade e, por isso, a seletividade das campanhas. Para combinar os dois objetivos, segundo ele, a companhia seguirá com um controle bastante rigoroso de custos. "Telefonia móvel é um negócio de escala. Se um cliente agregar pouca receita, mas ela for incremental em relação ao meu custo total, é porque está agregando em margem também", resumiu o diretor da empresa.
Ele destacou que o Brasil oferece ainda muitas oportunidades para ampliar a penetração do serviço celular e citou o segmento corporativo como pouco explorado, bem como os serviços de valor adicionado e o público jovem. O diretor de marketing da Claro também preferiu não comentar se, em nome da ampliação na base de assinantes, admite ter margem negativa nos trimestres mais fortes em vendas - segundo e quarto. Limitou-se a lembrar que a América Móvil divulgou uma orientação de margem Ebitda de 10% para as operações brasileiras neste ano. "Não podemos entregar menos do que isso.
"A Claro ainda possui a menor rentabilidade entre as três maiores no País, mas em ritmo de recuperação. No balanço do primeiro trimestre, a empresa apresentou aumento de 7,2% na receita, que somou R$ 1,497 bilhão, frente ao mesmo período de 2005. O Ebitda alcançou R$ 233 milhões, equivalente a uma margem de 15,6% ante aos 6,5% de igual intervalo do ano passado. De janeiro a março, o faturamento da Vivo foi de R$ 2,593 bilhões, com geração operacional de caixa de R$ 717,1 milhões - margem de 27,7%. A TIM, por sua vez, teve receita líquida de R$ 2,131 bilhões e Ebitda de R$ 518,2 milhões (24,3%).

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