1.3.07

2007 é decisivo para o Brasil no mercado de banda larga, alerta Cisco

Convergência Digital

Ao revelar os dados anuais do Barômetro Cisco de Banda Larga, estudo contratado pela fornecedora junto à IDC Brasil, o presidente da companhia, Pedro Ripper, disse que é mais do que hora de o Governo e a inciativa privada desenharem um plano de ação concreto para ampliar a oferta do serviço no país, hoje, ainda restrita aos municípios mais abastados.

Em 2006, de acordo com o estudo produzido pela iDC Brasil, o número de conexões banda larga no Brasil passou de 4,1 milhões para 5,75 milhões, um incremento de 40,1%. Para Mauro Peres, diretor da IDC Brasil, apesar do amplo domínio das conexões XDSL, das operadoras tradicionais - que detêm 78,2% da oferta do serviço - o grande fator de motivação foi a competição entre as operadoras e as empresas de TV a cabo.

"As empresas de cabo fizeram um trabalho significativo. Tanto é assim que o usuário doméstico foi quem mais comprou a conexão banda larga", afirmou Peres, durante a apresentação do estudo à imprensa, nesta quarta-feira, 28/02, na capital paulista. A competição trouxe ainda outro dado importante: houve uma redução, em média, de 8% nos preços para os consumidores finais. As operadoras de cabo responderam por 17, 8% das conexões em 2006.

"A competição foi, sim, um fato importante principalmente no segundo semestre do ano passado", frisou Peres. Outro dado significativo é que houve uma demanda de velocidades maiores. Os acessos banda larga com velocidades acima de 512 Kbps passaram de 21% do mercado total, em dezembro de 2005, para 37%, em dezembro de 2006. Segundo o analista da IDC Brasil, essa procura foi também determinada pelas próprias operadoras que, diante da concorrência, também ampliaram a capacidade de velocidade com preços mais atraentes.

Houve também um incremento importante na contratação dos acessos superiores a 1Mbps. Eles saltaram de 2% do mercado total para 22% no mesmo período. "É claro que se formos comparar com outros países, principalmente com o Japão, onde a venda de banda de 10Mbps é o normal, estamos engatinhando, mas não podemos deixar de contabilizar o fato positivo", afirmou o presidente da Cisco Brasil, Pedro Ripper. Agora, o Brasil já tem uma penetração de 3% de banda larga, número muito aquém do desejado, mas que é um salto qualitativo a ser considerado.

Planejamento estratégico

"Se pensarmos em países como a Coréia que a penetração é de 27%, o nosso número não é o ideal. Mas, é bom lembrar que esse percentual foi atingido depois de uma forte ação pública do Governo que elegeu banda larga como prioridade de gestão", destacou o presidente da Cisco Brasil.

Nâo à toa, o executivo lamentou o fato de a banda larga ter ficado fora do projeto de incentivo à infra-estrutura elaborada no Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, do Governo Lula. "O governo pensou na infra-estrutura convencional, mas a banda larga é a 'estrada' da sociedade do conhecimento. Ela é tão crucial como as estradas e portos", destacou. Ripper lembrou que o serviço banda larga tem a mesma taxação imposta ao serviço de voz. "Certamente o Brasil é o país com a maior carga tributária em cima de telecom no mundo", observou o presidente da Cisco.

Ripper admitiu que a questão tributária de telecom não é tão forte no Poder Executivo. Ela está nas mãos dos Estados, já que o principal tributo é o ICMS, mas observou que o Governo precisa, sim, definir o quanto antes uma política pública nacional - que fomente a competição - para fazer com que a banda larga deixe de estar presente em 600/700 municípios mais abastados e possa chegar ao maior número possível de localidades do país.

Ele também foi objetivo com relação à questão da chamada convergência digital - que põe concessionárias e operadoras de cabo em caminhos opostos. "é mais do que hora de revisar a Lei Geral de Telecomunicações. Não dá mais para adiar. Essa revisão é para já", destacou Ripper.

A quarta edição do Barômetro Cisco de Banda Larga revelou que o número de conexões banda larga no Brasil passou de 4,1 milhões para 5,75 milhões, um crescimento de 40,1% no número de conexões em relação a 2005. Isso representa, de acordo com os dados da IDC Brasil, mais de 1,6 milhão de novas conexões em 2006. Em apenas seis anos de existência no mercado nacional, a banda larga cresceu 1,639%, o que equivale a mais de 5,3 milhões de novas conexões.

Para o estudo foram consideradas conexões banda larga àquelas com velocidades superiores a 128Kbps e "always on", ou seja, que permitam conexão em tempo integral. A meta da Cisco é que o Brasil chegue a 2010 com, pelo menos, 10 milhões de conexões banda larga, o que representaria uma penetração de 20% em relação à população brasileira.

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