30.5.07

Padronização é o maior desafio do Mobile Banking

Convergência Digital

O diretor de Tecnologia da Federação Brasileira de Bancos, Carlos Eduardo Fonseca, admite que para transformar o celular num meio de pagamento efetivo, operadoras, bancos e governo terão que sentar à mesa e criar um modelo de negócios, como aconteceu com o SPB -Sistema de Pagamentos Brasileiro, que completou cinco anos de funcionamento no último dia 22 de abril.

O batizado SPB Mobile, explica Fonseca, requer uma padronização efetiva de serviços, especialmente, nos de clearing (câmara de compensação) e de mensageria. "Hoje tudo funciona de forma isolada. Cada um usa o que quer. Assim, a mobilidade não vai nunca deixar de ser um nicho", alertou o diretor da Febraban.

Este ano, aliás, a mobilidade é o tema central do CIAB 2007. Não à toa, existe tanta preocupação em fomentar o negócio. A idéia da Febraban, explicou Carlos Eduardo Fonseca, é incluir a CIP - Comissão Interbancária de Pagamentos do Banco Central - como o meio de fomento para os negócios. A entidade do Banco Central atuaria como elo de ligação entre os bancos, as operadoras e os desenvolvedores de soluções.

"No SPB funcionou muito bem. Para montarmos esse modelo, todos sentaram à mesa e houve uma padronização de serviços, de infra-estrutura", observou o diretor da Febraban. "Com a mobilidade não poderá ser diferente. Infelizmente, hoje, há pilotos isolados. Não há uma busca pela interoperabilidade.A padronização, especialmente, dos serviços de mensageria são cruciais para o sucesso de adotar o celular como meio de pagamento", destacou.

Apesar de todo o marketing ligado ao tema 'mobile banking', a própria pesquisa da Febraban admite que há poucas iniciativas em curso. Entre elas, ganha destaque o uso da ferramenta no Banco do Brasil, que apesar de ainda estar muito focada em consultas a extratos e saldos, já atinge 440 mil correntistas da instituição.

Depois de sentar à mesa, com a provável intervenção do Banco Central e da cIP, como aconteceu no SPB, os bancos e as operadoras também terão que discutir o melhor modelo de negócios, e nesse tópico, surge a necessidade de a CIP, provavelmente vir a atuar ou gerenciar uma clearing para centralizar o volume de tráfego e as ligações efetivadas.

" Ter uma clearing no mobile banking me parece essencial. As operadoras precisam centralizar o tráfego para montar o modelo de tarifação do serviço. O custo da aplicação móvel ainda é elevado, seja no item voz, seja no item dados. Há gordura para enxugar", declarou Fonseca.

"Além disso, não é possível centrar esforços tão somente para determinados tipos de terminais, os mais caros e voltados para as classes de maior poder aquisitivo. O mobile banking tem que ir para todos os correntistas", completa o diretor de Tecnologia da Febraban.

Sem querer entrar no mérito político da discussão, Fonseca, da Febraban, também se mostrou preocupado com a demora do governo em definir a migração do serviço móvel para a Terceira Geração. "Sabemos que a 3G, além da velocidade, agrega valor aos serviços, assim como, pode ajudar na inclusão digital e social do brasileiro", destacou.

No CIAB 2007, haverá a apresentação do uso da tecnologia de mobile banking pelo banco sul-africano FNB (First National Bank). A palestra será ministrada pelo CIO (Chief Information Officer) da instituição, Len Piennar. O FNB possui quase um milhão de clientes exclusivos do canal móvel.

Nesta quarta-feira, 30/05, a Febraban apresentou a pesquisa "Setor Bancário em Números", nela ficou estabelecido que o orçamento de Tecnologia da Informação dos bancos será de R$ 15, 5 bilhões em 2007. Os investimentos em novos sistemas e tecnologias são estimados em R$ 5,9 bilhões. Além disso, o estudo apontou ainda que o Brasil, este ano, ultrapassou a marca dos 100 milhões de correntistas.

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