5.6.07

Operadoras avaliam propostas da ANATEL para 3G

Convergência Digital

A idéia do órgão regulador de dividir o país em 11 áreas e declarar os vitoriosos do leilão da Terceira Geração, a partir da melhor oferta ligada à cobertura, colocada à mesa durante o painel Telebrasil 2007, ainda está em processo de estudo pelas teles móveis.

Na proposta da Anatel, as operadoras teriam que depositar tão somente 5% do valor das licenças - a ser fixado pela Agência, com a devida autorização do Tribunal de Contas da União - em dinheiro. Os demais 95% seriam utilizados em recursos para ampliar a cobertura dos serviços de cobertura móvel no país.

O Brasil será dividido em 11 áreas, e os interessados poderão participar de todas para criar uma licença nacional. Também há a ideía de incentivar a criação de uma infra-estrutura única para cobrir os mais de 2000 municípios sem qualquer serviço de comunicação. Essas localidades poderiam ser atendidas, num primeiro momento, por uma rede 2G. O prazo de migração para 3G ficaria em torno de cinco anos.

"Tomamos conhecimento das idéias da Anatel, mas temos que fazer as contas. Essas cidades não são atendidas por um único motivo: a conta do investimento não fecha. Precisamos saber se uma licença de 3G numa grande cidade, compensa esse aporte numa localidade que não trará retorno, mas de qualquer forma, é uma idéia a ser estudada", declarou o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco.

Já o presidente da Claro, João Fox, deixou claro que a proposta de uma rede compartilhada para 3G nas localidades de menor poder aquisitivo - num consórcio a ser formado pelas operadoras interessadas- precisa ser uma decisão de mercado, e não, imposta pela Anatel ou pelo governo, se for o caso de usar a Terceira Geração como instrumento de universalização.

"Que não se perca o foco que essa é uma decisão empresarial", afirmou Cox.Segundo ainda o presidente da Claro Brasil, a telefonia móvel é, sim, um instrumento de inclusão social a partir do serviço de voz, já que mais de 80% do mercado é formado por usuários pré-pagos e que, segundo ele, em 12 milhões de lares nacionais, o celular é o único dispositivo de comunicação existente.

Responsável pela idéia do compartilhamento de rede para 3G, o presidente da Vivo, Roberto Lima, acredita que a proposta da Anatel para formular as regras do edital para a venda das licenças poderá, sim, facilitar a adoção do conceito, especialmente, nas cidades de menor poder aquisitivo.

Na sua participação na Telebrasil, o executivo voltou a enfatizar o exemplo das administradoras de cartão de crédito, que por causa de uma necessidade de mercado, partiram para o compartilhamento e, hoje, apresentam resultados expressivos de uso de cartões de débito e crédito.

A Anatel planeja disponibilizar quatro das cinco bandas disponíveis para a 3G nesta primeira etapa do leilão, previsto por Leite, para setembro. Essas bandas atenderiam, segundo o conselheiro Leite, todas as demandas das atuais operadoras. Já a quinta banda, ficaria reservada para um possível novo entrante, mas o leilão desta faixa aconteceria num prazo maior.

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