1.7.08

Convergência já é realidade para especialistas

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SÃO PAULO - A distinção entre telefone fixo e móvel será cada vez mais tênue.

Conteúdos como notícias, emails e vídeos poderão chegar na mão do cliente através de qualquer aparelho, sem restrição geográfica, sem limitação de cabos e a um preço cada vez menor, de acordo com o volume de serviços contratado.

O panorama descrito é o que se pode esperar dos próximos 10 anos da telefonia no Brasil, segundo executivos e especialistas ouvidos pela Reuters.

Dez anos após a privatização das telecomunicações no país, a convergência de plataformas e a consolidação das empresas cria expectativa de que um número crescente de serviços chegará ao consumidor por preços cada vez mais baixos e através do aparelho que ele quiser, onde estiver.

As concessionárias que assumiram as três grandes regiões em que o Brasil foi dividido por ocasião da privatização da telefonia fixa em 1998 --Telefônica, Oi e Brasil Telecom -- dominam ainda mais de 95 por cento do mercado em suas respectivas regiões, como mostram pesquisas, diferente da expectativa da privatização sobre criação de competição no setor.

Na opinião do primeiro presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Renato Guerreiro, entretanto, "a convergência das plataformas fará com que o tempo equacione essa questão", já que ele acredita que telefonia não terá mais a distinção entre fixa e móvel no futuro.

A integração de tecnologias também é citada pelo presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco. "O futuro, que já começou, é a integração dos serviços em uma só plataforma", disse em entrevista à Reuters.

Falco lembra que hoje muitas pessoas já dispõem de telefone e email no mesmo dispositivo. A distribuição de serviços e conteúdos através de qualquer tipo de aparelho, em qualquer lugar, "vai mudar os hábitos das pessoas e até melhorar o trânsito", afirmou o executivo referindo-se à redução de necessidades de deslocamentos gerada pela transferência de dados.

Na Oi, por exemplo, hoje algo como 20 por cento da base de clientes utiliza mais de um serviço. A oferta compartilhada começou há dois anos. Falco arrisca dizer que em 10 anos, "provavelmente 70 por cento da base já utilize" os serviços de forma integrada.


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