LONDRES - Torres de telefonia celular são inofensivas à saúde humana, revela estudo inglês.
As torres de telefonia celular, vistas como responsáveis por problemas que variam de dores de cabeça ao câncer, não têm efeitos de curto prazo sobre a saúde, de acordo com um estudo britânico publicado esta semana.
Cientistas independentes da Universidade de Essex divulgaram um dos maiores estudos para determinar se sintomas como tensão, ansiedade e cansaço podem ser vinculados às antenas de telefonia móvel que transmitem sinais convencionais de segunda geração (2G) e sinais de terceira geração (3G), de freqüência mais alta.
A equipe de cientistas testou 44 pessoas que já tinham informado sintomas de sensibilidade à tecnologia de telefonia móvel e 114 pessoas que não haviam reportado qualquer problema de saúde, em um laboratório especialmente projetado.
De acordo com o estudo, o batimento cardíaco, pressão arterial e condutividade cutânea --considerada como bom indicador da resposta fisiológica ao estresse ambiental-- dos participantes não sofreram alterações quando uma torre celular era ligada ou desligada.
"É evidente que os indivíduos sensíveis estão sofrendo sintomas reais, e muitas vezes apresentam baixa qualidade de vida", disse a professora Elaine Fox, a pesquisadora que comandou o estudo de três anos. "É importante determinar, agora, que outros fatores poderiam estar causando esses sintomas, de modo que pesquisas apropriadas e estratégias de tratamento possam ser desenvolvidas", acrescentou ela.
Cientistas de todo o mundo há 60 anos vêm monitorando os efeitos sobre a saúde dos campos de rádio-freqüência (RF) gerados por aparelhos como celulares, controles remotos de televisão e sistemas de segurança sem fio.
David Coggon, professor de medicina ocupacional e ambiental da Universidade de Southampton, disse que o mais recente estudo era consistente com outras pesquisas que sugerem que a chamada "eletro-sensitividade" de algumas pessoas é mais psicológica e não um efeito tóxico das ondas de rádio, na maioria dos casos.
Mesmo assim, a crescente preocupação pública sobre os possíveis riscos de saúde gerados pela telefonia celular gerou protestos no Reino Unido contra os planos das operadoras para instalar torres perto de escolas ou hospitais.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem informado que análises conduzidas até agora mostraram que a exposição a baixas frequências de rádio não produz qualquer efeito adverso conhecido à saúde. Mas a entidade também afirma que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto.
Enquanto isso, o Vodafone Group, maior companhia de telefonia celular do mundo fora da China, anunciou na terça-feira que está entre um grande grupo de operadoras sendo processadas nos Estados Unidos por conta de preocupações com a saúde relacionadas ao uso de telefones móveis.
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