CONVERGÊNCIA DIGITAL
Ao participar do Futurecom 2008, nesta quinta-feira, 30, o presidente da TIM Brasil, Mario Cesar Araújo, enfatizou a necessidade de uma grande mobilização do setor para transformar a crise em uma oportunidade.
"Não podemos ficar usando a crise como bode expiatório, falando em redução de investimentos. Esta pode ser a oportunidade de todos nós - operadoras, fabricantes, órgão regulador e governo - nos sentarmos à mesa", pregou o executivo.
Araújo observou que a retração do mercado pode ser enfrentada se os players do setor de telecomunicações se mobilizarem. "Se cada um pensar em si, poderemos sofrer todos juntos depois", disse, insistindo na tese de que o momento é de sentar à mesa e do "limão, fazer uma limonada".
Todavia, o presidente da TIM não poupou seus concorrentes. "Falar de gato gordo ou gato magro e brigar pela mídia não faz sentido em um momento como este, de grande instabilidade. Precisamos ter consciência da importância dos serviços de telecom para o Brasil", reforçou. E mandou um recado: "A TIM quer concorrer, está brigando, mas vai continuar primando pela ética. A disputa precisa ser boa para o consumidor", completou.
Impostos de mais, rentabilidade de menos
Araújor voltou a criticar a forte carga tributária imposta ao setor, citando números. As operadoras, segundo ele, pagam R$ 15,5 bilhões de tributos e repassam para os investidores R$ 1,4 bilhão. "Tem algo errado nessa matemática", afirmou. O presidente da TIM observou que, para novos investimentos, o Brasil está ficando para trás. Isso porque a margem de rentabilidade das operadoras cresce em continentes como o africano.
"Não precisamos olhar quanto uma operadora faturou. Tem gente que acha que estamos com dinheiro sobrando. Mas é preciso ver quanto que ela gastou. Este, sim, é o dado crucial. E hoje a margem de rentabilidade do Brasil é negativa diante de países como África do Sul, Índia e China", alertou.
O presidente da TIM, no entanto, deixou claro que os aportes da Telecom Italia no Brasil estão mantidos e não há estudos sobre nenhuma revisão para baixo. "É claro que, se houver uma retração de consumo, pode-se também desacelerar o nível de investimentos. O mercado dita isso", completou.
O executivo aproveitou para mostrar dados do impacto da forte carga tributária no mercado. Segundo ele, a taxa do Fistel, cobrada pelo número de assinantes, cresceu 54% entre 2007 e 2008, já que houve uma forte ampliação na base de clientes do serviço móvel. Só que, em contrapartida, a receita por assinante (ARPU) caiu e ficou, em média, em R$ 27,00. Por fim, o executivo defendeu a tese de que o Fistel não venha a ser cobrado sobre os serviços de banda larga móvel, assim como nos acessos do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM)
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