10.2.08

Quem leva a Motorola?

Todos lamentam o melancólico fim da Motorola, mas parece ser uma boa oportunidade de algumas marcas, como a DELL, descolarem-se do mercado de consumo e partirem para o mundo móvel, como a fabulosa joint.venture Sony Ericsson.


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Começaram as apostas sobre quem poderia assumir a divisão de celulares da Motorola. LG e Samsung são fortes candidatas, mas analistas internacionais destacam a possibilidade de entrada de um novo player na indústria de terminais, como a Dell, para onde foi o ex-chefe da unidade de celulares da Motorola, Ron Garriques. O anúncio feito pela Motorola na semana passada, de que considera a venda ou a separação da unidade de celulares, está suscitando todo tipo de especulação, inclusive sobre uma possível venda de outras unidades. Neste caso, a Cisco é dada como forte candidata à compra das divisões de enterprise e home mobility, enquanto a Huawei aparece como possível interessada na compra da unidade de infra-estrutura de redes móveis.

Para o analista Mark McKechnie, da American Technology Research, a divisão de celulares da Motorola tem valor em torno de US$ 8 bilhões. Ele considera que seriam necessários investimentos entre US$ 500 milhões e US$ 2 bilhões para que a divisão desse a volta por cima até 2009. Para o UBS, o valor da unidade gira entre US$ 7,5 bilhões e US$ 11,5 bilhões e são poucas as companhias com cacife para a proposta.

O relatório considera que a Nokia precisa elevar seu market share nos Estados Unidos, onde a Motorola é líder. Mas diante da fraqueza da concorrente, haveria outros meios mais baratos para ganhar mercado, sem contar que uma possível oferta da Nokia despertaria a resistência dos órgãos antitruste. LG e Samsung teriam menos problemas neste aspecto, segundo análise da Rethink Research, que destaca ainda a sinergia destas empresas com a tecnologia CDMA e o fato de a Motorola ser bem posicionada no desenvolvimento de aparelhos de baixo custo. O texto enfatiza ainda que, por estes motivos, a Motorola pode ser ideal para fabricantes focados em mercados emergentes, como as empresas chinesas que trabalham em regime de ODM, que fabricam para terceiros.

A análise ressalta a possibilidade de uma joint venture com um produtor de eletrônicos de consumo, aos moldes da Sony Ericsson. "Pode ser potencial para a Motorola levar sua expertise móvel para uma forte marca de consumo, como a Dell", destaca o relatório, lembrando que, para isso, a empresa deve estar preparada para conviver com as diferentes margens, estrutura e pressão do negócio de terminais.


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