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Esta é a opinião de Pedro Ripper, presidente da Cisco do Brasil, para quem as novas ofertas que estão por vir, principalmente em 3G, provocarão um impacto tremendo na atual dinâmica do mercado de oferta de serviços de voz e dados no País.
Divulgado ontem (20/08), o Barômetro Cisco de Banda Larga revelou um crescimento de 48% nas conexões fixas e móveis no primeiro semestre de 2008 em relação ao mesmo período de 2007. Foram cerca de 700 mil novas conexões desde o começo do ano, com o número total ultrapassando os 10 milhões no País.
Apesar disso, existe um fato que poderia levantar um sinal de alerta no mercado: das novas conexões registradas no período, 500 mil foram no primeiro trimestre, enquanto as outras 200 mil vieram no segundo. No entanto, isso não parece preocupar Pedro Ripper, presidente da Cisco do Brasil. “A dinâmica competitiva desse mercado está totalmente diferente do que era há seis meses e vai mudar completamente nos próximos seis”, prevê.
Para o executivo, o grande responsável por essa mudança será o 3G, cujos serviços e ofertas devem se estabilizar até o final do ano. “Até o momento as operadoras haviam fechado a torneira, pois tinham subestimado a demanda pelo serviço em cerca de cinco vezes”, conta Ripper. Mais do que a falta de modens, havia um gargalo que chegava até os próprios backbones. “Foi a mesma coisa quando surgiu a banda larga, todas as operadoras tiveram que repensar. As estimativas estavam erradas, o padrão de uso de serviço ficou completamente diferente e, em decorrência disso, as redes estavam despreparadas”, pondera.
No entanto, o presidente da Cisco do Brasil afirma que os investimentos necessários foram feitos e que não há mais gargalos tecnológicos. “Os investimentos das operadoras móveis estão quase iguais aos das fixas, sendo que pouco tempo atrás eles eram cerca de dez vezes menores. A capacidade das redes das celulares está 10 vezes maior do que era num passado recente. Assim, acho que elas podem voltar a colocar o pé no acelerador até o final do ano”, afirma.
A grande aposta
Entre as diversas ofertas sendo gestadas atualmente dentro dessa nova realidade, uma das consideradas mais promissoras por Ripper é o acesso 3G pré-pago. “A Claro já insinuou o desejo de colocar isso no mercado. Seria uma ótima maneira de chegar a um segmento relevante que é composto pelas classes de renda mais baixa, que já possuem celulares pré-pagos e PCs”, avalia o executivo. Apesar disso, ainda existe o desafio de bolar o melhor modelo de negócios, já que precisa haver uma maneira de controlar o uso excessivo.
Em relação aos players, Pedro Ripper acredita que as operadoras móveis levam vantagem, uma vez que já possuem a plataforma de billing para pré-pago e têm experiência no negócio. “Além disso, as operadoras fixas têm uma desvantagem, que é a necessidade de alocar uma porta para o cliente, mesmo que ele não esteja usando o serviço. Com isso, para as móveis é muito mais simples a relação do que recebe e do que gasta”, conta.
Caso as operadoras hajam conforme o previsto e entrem agressivamente no mercado, Ripper acredita que a tendência é que a banda larga móvel assuma no futuro o lugar dos acessos discados. Já para as conexões “físicas”, como o ADSL, tendem a assumir um caráter mais premium, ofertando velocidades cada vez maiores pelos mesmos preços cobrados hoje.
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